sexta-feira, 20 de maio de 2011

Circulante


Eu, rodeada de livros e cantigas de liberdade, entregando a mão da natureza o meu destino, só consigo pensar em reatar o que foi destruído.E como gostaria de cumprir as profecias do Romantismo...
Pobre alma minha, que caminha só, em direção ao nada, ao vazio, ao vácuo.Pobre alma minha, que caminha sem chão ou colunas de apoio, deixando para trás a mentirosa ideia de passado, presente e futuro, vivendo o agora, se é que essa expressão realmente existe.
E se nada que escrevo faz sentido para quem lê, saiba que não existe forma melhor de entender o ser humano do que pela forma que escreve. Meus rabiscos e estrofes sempre mostraram a bagunça que consigo fazer comigo, com minha vida, a bagunça mais organizada e limpa que já pude viver.
Virei páginas e páginas do caderno, desobedecendo as linhas e as formas de expressão consideravelmente corretas.
A minha vida sempre foi assim... e se nada der certo, se todos os meus planos forem embora de mim mesma, jogo mil cores na minha bata do Che, escrevo em guardanapos pedidos de amor e com minha bolsa de crochê, aprendo a tocar Raul.