
ainda não acostumei com o cheiro obrigatório do café de manhã, com outro par de chinelos na porta da sala... outra voz de bom dia, a cama desencostada da parede.
meu coração continua soprando ventos rasteiros, carregando sonhos e esperanças
talvez você não preencha 1/10 da minha realidade, e nem metade dos meus desejos.
seu perfume, o som da sua respiração, seus dentes brancos de pasta de dente barata... nada do que eu imaginei um dia. Devolve a vida que você perdeu. Aumente o tom de voz, chegue bêbado em casa, transe com uma garota de programa em cima do nosso edredon presente de casamento de uma tia distante, qualquer coisa, mas me dê um motivo pra eu dizer as frases que tanto quero dizer e você, com tamanha delicadeza em fazer tudo certo, não deixa.
Desligue a televisão, encoste a cama de volta na parede, não tome café em copo americano... liga o som do carro no último, abra o teto solar, dirija pra qualquer beira de mar, me devolve essa liberdade que eu tanto preciso. Pare de montar esse quebra-cabeça com o meu passado, me traga uma tequila e me observe enquanto danço, arrastando a barra do meu vestido na areia da praia deserta, com a Lua orando pelo meu futuro, onde eu possa ver o Sol nascer pro mundo, o Sol nascer pra mim, dentro de mim. Me deixa ser assim... errada.