quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A.R


Montando o meu quebra-cabeça, quebro a cabeça, absorvo idéias, reconstruo questões.
na roda da vida giram soluções,absorvo as questões, soluciono as idéias.
posso não criar a poesia perfeita, a rima conexa, a arte coordenada, ainda que possa recriar sempre o meu próprio equílibrio, equilibra a corda bamba a diferença dos egos, o que é essencial e aparente, metaforicamente se equilibra a própria vida o tempo todo.
A vida que não é palco, esta que é feita de tropeços e exige paz. Exige força a vida que clama esperança, força que movimenta, engrandece, conscientiza a mente. Luz que clarifica o discernimento, tranquiliza o pensamento e aconchega o meu coração...

bloco de rascunho




Já são sete horas da manhã, o Sol lá fora me fez abrir os olhos apesar do despertador estar ligado. Aonde você estava noite passada que não me ligou? Desperdiçando meus beijos em bocas de prostitutas que esperam o salário da noite após provarem dos pecados do seu corpo? Estava gastando suas doces palavras com amigos no bar da esquina? Rindo com seus belos dentes tratados pela avenida após alguns drinks baratos? Se encontrando com aquela sua ex-namorada de cabelo longo e linguajar culto? Por onde seus pés te levaram numa sexta a noite? O que fez você não escolher a minha presença?
De qualquer modo hoje é sábado, seu travesseiro ficou ocupado por esta noite, obrigada por consertar a banheira,aliás, o Sol esta lindo, que tal um banho de mar depois do almoço?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

eu quero, mas não.



não gosto de café, pasta de dente branca e falsidade. não gosto de hospitais, injustiça e inglês. salsinha, cebolinha e aranhas. suspense, quedas e medo. derrotas, salto plataforma e provas. barco viking, moda e alargadores exagerados. grama áspera, trovões e preconceito. piadas de mal-gosto, dupla personalidade e amor...
na verdade eu só precisava gostar de alguma coisa, só precisava gostar do dia de hoje, mas dias assim sempre chegam já dizia minha avó. A chuva continua caindo na vertical, em pingos esféricos, molhando os carros, as calçadas, as pernas de quem protege apenas os ombros. E eu aqui... olhando pelo vidro que barra o vento, as gotas que agarradas ao fio não se deixam cair. Contando vantagens e desvantagens em estar sozinho, procurando explicação pra não querer me apaixonar, ou querer.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

e neste ano...


dois mil e onze não me esperou, entrou na minha casa sem bater, abriu a geladeira e tomou o ultimo yakult que eu guardava para o café da manhã. Não me esperou passar rímel, entrou no quarto, me puxou pelo braço e com um leve sopro abriu meus olhos para um novo dia, uma especie de nova estação do ano, uma maratona onde estou em primeiro e último lugar, concorrendo com meu ódio e meu egoísmo... passando á frente do alto ego me deparo com o meu amor, ah o Meu Amor, prometi você de presente à Iemanja no final de 2003 quando cenas de romance não saiam da minha cabeça. Dois mil e onze sentou na minha cama, com os pés de lama, abriu a mochila e tirou de dentro o medo,a esperança e todos aqueles pontos de interrogação que pra mim já eram esperados... fiquei esperando algum tipo de momento, de felicidade, de novidade, mas nada disso foi trazido, anotou meu e-mail e endereço, prometeu mandar depois se sobrasse algum para mim. Disse algumas frases de começo de ano e partiu, me deixou agridoce, seja la o que esta palavra signifique. Foi embora assim, sem dizer oi ou tchau, não me deixou dizer sequer uma palavra, como se eu fosse obrigada a aceitar tudo que me trazia.
Tentei entrar em contato, mas a alguns anos a linha esta ocupada, talvez não só eu esteja atrás de novos entregadores de promessas. Um que me escute ou pelo menos traga algo novo... ja cansei de vê-los irem embora, e eu aqui, com os braços carregados de interrogações, para coloca-las no cabide ordenadas por cores e tamanhos, decifrando meus dias, meus amores, meus vícios, meus gostos e todo esse vasto tempo que me foi dado nesse exato momento.