quarta-feira, 27 de outubro de 2010

sobre fé e blablabla

tudo o que aprendeu não lançou raízes, que é capaz de mergulhar no universo mágico, mas não consegue ficar submerso nele. Que talvez tudo isso não passe de uma grande fantasia que o ser humano cria para afastar seu medo da morte.
As minhas questões são mais profundas: são dúvidas de fé.
Tenho uma única certeza: existe um universo paralelo, espiritual,que interfere neste mundo em que vivemos. Fora isso, todo o resto – livros sagrados, revelações, guias, manuais, cerimônias –, tudo isso me parece absurdo. E, o que é pior, sem efeitos duradouros.

como todas as outras pessoas no planeta, você acreditou que o tempo iria lhe ensinar a se aproximar de Deus.
Mas o tempo não ensina, ele nos traz apenas a sensação de cansaço, de envelhecimento.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

a tinta transfere o que minha boca se recusa falar, escrevo frases em minha mente que se espairecem e tornam-se apenas mais um pensamento em vão.
Tinta, tanta tinta, riscos, rabiscos, frases, orações perdidas em um ser, transformando-o em errante pensador, que se esforça em marcar tudo que chega do nada antes que retorne ao seu estado inicial.
como se buscasse um sentido pra vida, como se houvesse necessidade de ser além de vida, como se precisasse de sentido pra ser vida !

domingo, 17 de outubro de 2010

como se fosse em qualquer lugar
como se a vida fosse um perigo
como se houvesse faca no ar
como se fosse urgente e preciso
como é preciso desabafar
como se não fosse tão longe
brasilia de belem do para
como castelos nascem dos sonhos pra no real, achar seu lugar
como se faz com todo cuidado
a pipa que precisa voar.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

versos intimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão, esta pantera,
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!



Augusto dos Anjos

sábado, 2 de outubro de 2010

dos sentimentos que tinha.

eu quis.
eu quis estar com você, eu quis denovo os seus olhos, quis denovo a sua pele, o seu cheiro, quis denovo o seu gosto, a sua voz, o seu carinho. eu quis todo amor que você sempre prometeu voltar pra me dar.
e senti falta.
senti falta dos seus beijos, das suas frases, e até mesmo da sua fraqueza.
e cheguei a pensar.
cheguei a pensar que poderia voltar, cheguei a pensar que estava pronta pra deixar você entrar na minha vida, que estaria preparada pra todos os problemas, todas as pessoas... mais uma vez.
e acreditei.
acreditei que você era a maior verdade em mim, que era meu bem maior, que todo amor que guardo era teu. acreditei, e acreditei de verdade, e continuo acreditando que ainda me ama.
enxergo.
enxergo nos teus olhos a sua vontade de me abraçar, escuto nas suas palavras a vontade de estar do meu lado.

mas não, nao me engano mais
aprendi a te ver de outro parametro, agora o que quero é ficar sozinha
não sozinha sem ninguém, mas sozinha de você.
não quero pra minha vida tranquila, um tormento de bebidas e cigarros.


e sinto pena.
sinto pena de ver todos seus sonhos e promessas indo embora por uma noitada, sinto pena em saber que eu sabia cuidar de você... e agora, eu não quero mais cuidar.